Guxtaw Uyräsu

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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Boitatá: O fantasma de uma mãe zelosa

 

Boytatá /Mboitatá é um espírito em forma de serpente cujo corpo ectoplasmático é incandescente e se assemelha a labaredas de fogo. Boytatá significa ‘fogo da cobra’ e não cobra de fogo. Isso porque esse ‘fogo’ (espírito) saiu do corpo da Boyuna/Boy gwasu quando essa morreu de fraqueza após ter comido os olhos dos mortos (pessoas e animais) que encontrava boiando durante a escuridão do grande dilúvio. Os olhos carregavam em si toda a luz que haviam visto durante a vida, mas não eram alimentos nutritivos.
Boyuna governava o mundo dos mortos atormentados que fica em baixo das águas, porém tinha a oportunidade de subir para o gwajupiá o paraíso dos mortos. Ela preferiu permanecer neste mundo só para cuidar de sua filha que herdou seu lugar e passou a evitar a fuga de espíritos malignos e almas penadas para a superfície. Boytatá passou a vigiar os espelhos das águas caso alguma dessas almas conseguisse escapar. Foi durante a grande matança e queimadas sem controle que Boytatá passou a vigiar também as matas contra caçadores pois as almas assassinadas não sabiam como ir para o gwajupiá. Também não tinham motivo para serem arrastadas para o fundo dos rios. Os Gwaynumbi (beija-flores) até levavam muitas almas (de animais e plantas) no bico durante o dia, mas não conseguiam dar conta e as almas começaram a congestionar todos os cantos do mundo. Boytatá deu uma lição nos caçadores e depois recorreu à Jasy para que usasse suas estrelas formando uma estrada brilhante que todos veriam durante a noite, facilitando o trabalho dos gwaynumbi.
Desde e então, Boytatá vigia as matas castigando caçadores mal intencionados e pessoas que causam incêndios criminosos além de capturar demônios para devolvê-los ao fundo das águas

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