Guxtaw Uyräsu

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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Anhangá: Regente da vida e do equilíbrio e não o Diabo.

Anyangá / Anhangá é o espirito que personifica a vontade da floresta. É o responsável pela manutenção e equilíbrio. Possui vários poderes como fazer uma floresta renascer das cinzas e curar plantas e animais doentes ou feridos. Permite a caçada quando a pessoa a pratica por necessidade nas nisso ela também deve ter a consciência de não matar animais cuidando de filhotes. Caso contrário, o caçador pode ser perseguido pelo espirito até ficar louco. Há histórias onde Anyangá teletrasportou a mãe do caçador e a trocou com o animal no momento do tiro.

Ele também é o regente da vida sendo a contraparte de Jurupari, o espirito da morte.
Anyangá é um espirito e de regra não possui forma ou sexo. Mas ele pode se transformar em qualquer coisa, até mesmo em uma árvore. Sua forma mais comum é a de um veado galheiro branco reluzente. Essa foi a forma mais documentada pelos naturalistas europeus junto aos índios e que foi divulgado para o resto do mundo. Isso viria a influenciar diretamente em outras mitologias como a nórdica, a chinesa, a japonesa e tantas outras. Todas as histórias onde se relata que um determinado espirito aparece na forma de um veado, cervo ou alce de cor branca, foram baseadas no encantamento formado em torno do Anyangá.
Anyangá era um dos poucos 'sub-espíritos' que tinham a admiração dos povos antigos recebendo até festividades para agradá-lo. Coisa feita apenas para os quatro Deuses primordiais (Mair, Yamandu, Tupan e Jakairá). Haviam manifestação para outros espíritos mas com uma conotação de aversão, com o intuito de mandá-los embora.
Por conta dessa admiração, os jesuítas incutiram nos índios catequisados a ideia que Anyangá era o diabo da cultura cristã. Na época, a inquisição tomava de conta do mundo na qual tinha-se a crença que o culto à natureza era algo diabólico/demoníaco.
Com isso, Anyangá passou a ser visto com maus olhos.

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